06/11/2024
O prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou que não irá entregar a Mesa Diretora para vereadores eleitos, supostamente, com o apoio da facção criminosa Comando Vermelho (CV). Além disso, nesta quarta-feira (06), o bolsonarista reforçou que parlamentares ligados ao presidente da ALMT, deputado Eduardo Botelho (UB) e o ministro da Agricultura Carlos Fávaro (PSD), estariam articulando para manter cargos e contratos na Prefeitura de Cuiabá em 2025.
Abílio avisou que não aceitará ‘faca no pescoço’. “A conversa que me trazem é que eles estão nomeando alguns cargos na Prefeitura de Cuiabá na gestão do Emanuel e eles sonham em ter a Mesa para segurar esses cargos. Imagina eles como presidente da Câmara falar para mim que se eu romper contrato com determinada empresa o projeto não passa. Se eu romper o contrato com as indicações deles os projetos não passam”, expôs o prefeito eleito.
Abílio avisou que, assim que assumir o Palácio Alencastro, irá fazer uma varredura em contratos e exonerar comissionados que forem nomeados na reta final do mandato do atual prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). “Estão focados em manter acordos, contratos e negócios deles em relação à Prefeitura. Eu já deixo de antemão: assim que assumir a prefeitura, com eles na Mesa ou não, vou romper sim os contratos que estão sendo feitos agora e as contratações de agora de cabos eleitorais deles. E vou mandar embora sim”, disparou.
Na terça-feira (05), após bater boca com o vereador Jefferson Siqueira (PSD) na Câmara Municipal, Brunini disse que quem estaria participando da articulação seriam, além do social democrata, os parlamentares Marcos Brito Junior (PV), Marcrean Santos (MDB), Adevair Cabral (SD) e demais vereadores aliados ao atual prefeito Emanuel Pinheiro, que foram reeleitos no pleito de outubro deste ano. Diante disso, Abilio defendeu uma chapa composta apenas por mulheres.
Abilio defende o nome da vereadora eleita Paula Calil (PL) para presidir o Legislativo, enquanto que a oposição trabalha o nome do vereador reeleito Jefferson Siqueira (PSD). “Se eles ganharem a Mesa, será guerra e a gente vai enfrentar a guerra. Não vou entregar a Mesa para Comando. Não vou entregar a Mesa para Fávaro ou para Botelho, para nenhum desses grupos. Se tiver que enfrentar, vamos enfrentar todos esses grupos. Se não quiserem o nome da Paula, tem o nome da Maysa, da Michelly, de qualquer pessoa que a gente está junto para construir. Não vamos ceder a pressão, nem aceitar faca no pescoço e nem fazer negociação com quem está do lado errado”, afirmou o bolsonarista.
Questionado se estava se referindo à facção criminosa Comando Vermelho, o prefeito eleito fez referência à prisão do vereador Paulo Henrique (MDB), mesmo sem citar o nome dele. Ele foi alvo da Operação Ragnatela, da Polícia Federal e depois preso na Pubblicare, por envolvimento com o crime organizado.
Conforme as investigações, o vereador ‘cooptava’ servidores para entrar para a facção. Além disso, auxiliou na permissão de licenças para realização de shows em casas noturnas da Capital comandadas pela facção. “Olha lá, tem um vereador na Polícia Federal respondendo sobre isso. Já deixei claro. Se tiver que lutar pela Câmara Municipal e, se tiver que defendê-la, eu vou lutar e defender”, afirmou.