O presidente afirmou: “Em qualquer país do mundo onde as pessoas estão de forma clandestina, é um direito do chefe de Estado devolver esses nacionais”
26 janeiro 2020
DÉLI, ÍNDIA (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro defendeu o direito de líderes como o americano Donald Trump de deportar brasileiros que estejam vivendo ilegalmente em outros países.
Indagado a respeito do aumento na deportação de brasileiros dos Estados Unidos, Bolsonaro afirmou: “Em qualquer país do mundo onde as pessoas estão de forma clandestina, é um direito do chefe de Estado devolver esses nacionais, as leis têm de ser respeitadas, (deportar) é um direito do chefe de Estado, que está usando da lei”, disse o presidente, ao retornar de almoço com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
Na sexta-feira (24), ao menos 70 brasileiros foram deportados ao Brasil no segundo voo fretado pelo governo dos Estados Unidos com essa finalidade desde outubro.
O governo Trump solicitou formalmente a Brasília a autorização para fretar mais voos com o objetivo de deportar brasileiros por imigração irregular.
O número de brasileiros apreendidos ao tentar atravessar sem documentos a fronteira dos Estados Unidos bateu o recorde de 18 mil em 2019.
Bolsonaro está em visita oficial de três dias à Índia. Neste sábado, reuniu-se com Modi e assinou 15 acordos com a Índia. No domingo, será convidado de honra do desfile do Dia da República da Índia.
O presidente afirmou que lamenta a deportação de brasileiros, mas que é necessário respeitar a legislação. “Lamento que brasileiros que foram buscar novas oportunidades lá fora sejam deportados, mas precisamos respeitar a soberania de outros países.”
Indagado se o Brasil poderia ajudar a identificar esses indivíduos vivendo ilegalmente nos EUA ou no Reino Unidos, disse que não, que os países é que devem fazer isso.
Ele voltou a criticar a nova lei de imigração brasileira, afirmando que é muito permissiva e dá direitos demais aos imigrantes.
“As pessoas chegam no Brasil e têm mais direito que a gente, não deveria acontecer isso, a gente tem que preservar nossos direitos”, disse. “Se abrir as portas como está previsto na lei de imigração vai entrar um fluxo muito grande de pessoas, com muitos direitos.”