CONSELHEIRO AFASTADO DO TCE É PRESO POR TENTATIVA DE OBSTRUÇÃO DA JUSTIÇA
O suspeito foi flagrado jogando cheques em uma lixeira e saiu correndo por 16 andares de escadaria. Tudo foi filmado e gravado
O conselheiro afastado do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), Valdir Teis, foi preso preventivamente na manhã desta quarta-feira (1º) pela Polícia Federal, a pedido do Ministério Público Federal (MPF) e proferida pelo ministro Raul Araújo, que é relator da Operação Ararath no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A prisão se deu porque a PF revelou indícios de que o conselheiro tentou embaraçar as investigações, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em seus endereços, enquanto estava sendo realizada mais uma fase da Operação Ararath em 17 de junho.
O conselheiro, que é investigado por corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro, foi flagrado destruindo provas. Valdir tentou destruir cheques assinados em branco e canhotos de cheques e os jogou em uma lixeira do prédio e ainda tentou fugir correndo por 16 andares de escada – conforme informações do MPF. Toda a tentativa de obstrução da Justiça foi filmada e fotografada.
Segundo informa o MPF, todos os cheques somam R$ 450 mil e são de empresas ligadas à suposta organização criminosa da qual Valdir Teis é suspeito de integrar.
Histórico
Valdir Teis e outros 4 conselheiros do TCE (Antônio Joaquim, José Carlos Novelli, Sérgio Ricardo e Valter Abano) estão afastados de suas funções há 33 meses – desde setembro de 2017 – por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Eles são acusados de receber propina para aprovar processos relacionados ao ex-governador Silval Barbosa, durante as obras da Copa do Mundo de 2014. A PF junto do MPF investiga o suposto pagamento de propina na ordem de R$ 53 milhões – conforme confessado em acordo de delação premiada.
Em fevereiro deste ano, um julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ), cujo relator é o mesmo ministro que dirimiu pela prisão de Valdir Teis, nesta terça-feira, Raul Fortes, ficou determinado que os conselheiros afastados permaneceriam longe de suas funções por mais 180 dias.
Três meses depois, a PF deflagra nova fase da Operação Ararath, também sob a ordem de busca e apreensão proferida pelo ministro Raul Fortes. Faltando três meses para que novo julgamento no STJ decida sobre o retorno dos conselheiros afastadas aos seus postos, os fatos mais recentes podem se transformar em empecilhos aos investigados.