CORONAVÍRUS: MEDICAMENTOS E TESTE ESTÃO EM FALTA A MUITO TEMPO EM UNIDADES DE SAÚDE
População com sintomas da Covid-19 tem procurado as unidades, mas acabam voltando para casa sem respostas
12 Julho 2020
Para tentar desafogar a UPA 24 horas, que estava recebendo toda a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS) de pacientes com Covid-19 ou até mesmo somente com suspeita da doença, a Prefeitura de Rondonópolis criou as Unidades Sentinelas, que são postos de saúde adaptados para receber pacientes com suspeita ou sintomas leves da doença, fazendo assim com que a Covid-19 fosse tratada de forma precoce.
No total, serão sete unidades deste tipo, sendo que quatro já estão em funcionamento nos bairros Vila Olinda, Vila Rica, Cidade de Deus e na policlínica da Vila Itamaraty. As Sentinelas são uma alternativa de atendimento de saúde para agilizar o diagnóstico da Covid-19 e, com isso, iniciar o tratamento precocemente e evitar que o quadro se agrave e seja necessário internação (veja mais na página 5 desta edição).
Segundo a Prefeitura, as pessoas que estiverem com sintomas relacionados à Covid-19 podem procurar uma das quatro unidades onde vão passar por uma triagem e, caso seja necessário, vão fazer o teste rápido e receber a prescrição dos medicamentos feita pelo médico de plantão. É neste ponto que mora o problema. Pacientes que procuraram as unidades ao longo da semana, têm relatado a falta do fornecimento de medicamentos e de testes.
Uma das pacientes que procurou o serviço nesta semana no período da tarde relatou ao A TRIBUNA que sequer conseguiu senha para ser atendida, e recebeu orientação para voltar em horários que antecedem o início dos atendimentos, manhã, tarde e noite, e assim conseguir uma senha diante da grade demanda de pessoas.
Outra paciente relatou que conseguiu uma senha para ser atendida pela manhã, e que apresentava todos os sintomas característicos da Covid-19, mas na unidade não havia teste disponível. Com o diagnóstico clínico, ela recebeu uma receita do médico, mas os medicamentos não estavam disponíveis na unidade e a mesma teria que comprar.
Um dos medicamentos receitados pelo médico, a azitromicina, está em falta nas farmácias da cidade. Além disso, quando encontrada, os valores podem ir, no caso da azitromicina 500 miligramas, de R$ 8 a R$ 10 por comprimido, sendo que é mais comum encontrar nas farmácias locais caixas com três a cinco comprimidos. Contudo, com a alta demanda do medicamento, que está sendo receitado para tratar pacientes com sintomas leves da Covid-19, os preços do medicamento estão em alta.
A reportagem conversou com o secretário interino de Saúde, Marcus Vinicius Neves, que confirmou a falta de medicamentos, segundo ele, devido a alta demanda recebida nos primeiros dias de atendimento das unidades sentinelas. Segundo o secretário, uma nova remessa de medicamentos está prevista para chegar nesta segunda-feira (13), para atender a demanda nos próximos 40 dias, e que uma licitação para compra de medicamentos está sendo finalizada, o que vai garantir os medicamentos até o fim do ano. O secretário reforça ainda que, esses medicamentos, só serão entregues para os pacientes mediante prescrição médica.
Os depoimentos de pacientes são de que o Município, no momento, não dispõe mais de testes de Covid-19 para serem realizados nos suspeitos da doença. Com relação aos testes, as últimas informações recebidas pelo A TRIBUNA são de que o Município recebeu, por meio de doação, 20 mil testes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sendo que cinco mil já foram entregues, e que também está finalizando a compra de mais 20 mil testes por meio de processo licitatório.
(A tribuna)