DEPUTADO DO PSL PEDE PRISÃO DE ATIVISTA DE MATO GROSSO APOIADOR DE BOLSONARO
Nereu Crispin, do Rio Grande do Sul, acusou Marcelo Stachin de subversão da ordem
08 Junho 2021
Uma das denúncias contra Sara Fernanda Geromini no inquérito das fake news partiu do deputado federal Nereu Crispin (PSL-RS). Ele pediu a prisão dela e de outros ativistas de extrema direito, entre eles, Marcelo Stachin, morador de Sinop e também investigado no inquérito das fake news. O sigilo do inquérito foi retirado nesta segunda-feira pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No pedido, o parlamentar classifica Sara como “subversiva”. “No pedido de abertura de inquérito, o procurador-Geral apontou para a necessidade de ser investigada a organização dos atos. Em virtude da ampla divulgação da atuação subversiva de Sara Winter, (…) uma das comandantes de inteligência e estratégia, guerra semântica e subversão política, é imprescindível a apuração do crime de incitamento à subversão da ordem política ou social, dentre outros crimes contra a segurança nacional”, argumentou.
A militante, em suas postagens, faz propaganda do grupo radical de extrema direita 300 do Brasil, fala de objetivos do grupo e de ações propostas, com treinamento de “com especialistas em revolução não violenta, táticas de guerra de informação, palestras sobre a atual situação política, economia e social do Brasil”, marcado para acabar, segundo consta no levantamento do deputado, quando o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) cair.
Crispin lembra, ainda, os vídeos de ameaças postados por apoiadores do presidente da República, que noticiavam a vinda de uma caravana para “dar cabo a essa patifaria estabelecida no País e representada por aquela casa maldita do Supremo Tribunal Federal – STF, com seus 11 (onze); gângsteres;, que têm destruído a Nação”.
“Ademais, circulou nas redes sociais do senhor Paulo Felipe- autodenominado; Comandante Paulo; – e do senhor Marcelo Stachin, uma convocação de todo o povo brasileiro para estarem presentes em Brasília, no dia 08 de maio de 2020, com previsão de arregimentação de 300 caminhões e respectivos ocupantes, além de militares da reserva, civis, homens, mulheres e crianças. Contudo, o dia D agendado para a citada manifestação, conforme divulgado por Paulo Felipe, outro defensor de Jair Bolsonaro, é o próximo domingo, 10/05”, prossegue o texto.
O parlamentar argumentou ao Supremo que os citados cometeram crimes graves, como “incitamento à subversão da ordem política ou social, dentre outros crimes contra a segurança nacional. Cumpre salientar que a oitiva dos citados ativistas vai ao encontro do objeto de investigação delimitado pela Procuradoria-Geral da República”, disse.
“Ressalto que além da oitiva da senhora Sara Winter, do senhor Paulo Felipe e do senhor Marcelo Stachin no respectivo inquérito para apuração do financiamento e propagação de idéias contrárias a ordem constitucional e ao Estado Democrático, seja determinada, por esta Corte Constitucional, a prisão preventiva por atos atentatórios aos três Poderes da República, supressão de garantias fundamentais, e ataques às conquistas democráticas tornadas realidades com a Constituição Federal cidadã, promulgada em 1988”, encerra o texto.