ASSEMBLEIA LEGISLATIVA MATO GROSSO: Campanha “Violência”

EM RONDONÓPOLIS É O LUGAR QUE MAIS SE MATA MULHERES EM MATO GROSSO SEGUNDO DADOS SECRETARIA DE SEGURANÇA

O município do Estado com maior número de homicídios dolosos de mulheres.

25 Maio 2021

A Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp/MT) divulgou ontem (24) que Rondonópolis foi o município do Estado com maior número de homicídios dolosos de mulheres. Foram registrados, entre os meses de janeiro e abril de 2021, cinco homicídios contra vítimas do sexo feminino na cidade. Rondonópolis também registrou neste mesmo período um caso de feminicídio, quando a vítima é assassinada pela condição de ser mulher. Os dados integram estudo detalhado da Superintendência do Observatório de Segurança Pública vinculado à Sesp/MT.
Em Mato Grosso, o número de feminicídios registrados diminuiu 14% entre janeiro a abril de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020, sendo registrados 18 e 21 casos, respectivamente. Em contrapartida, os registros de homicídios dolosos contra vítimas femininas aumentaram 78%, sendo 16 casos este ano, contra 9 no ano anterior. No total, houve 34 mortes de mulheres no estado, nos quatro primeiros meses de 2021. Já nos mesmos períodos de cada um dos dois anos anteriores, foram registrados 31 casos.
Deste total, em 29% dos crimes os autores utilizaram arma cortante ou perfurante; 24% arma de fogo; 26% usaram outros meios; força muscular e arma contundente foram empregados, cada um, em 9% dos casos; e 3% utilizaram um veículo automotor.
Quanto às motivações, a maioria (38%) continua sendo passional, seguido de 23% de casos a apurar. A rixa foi identificada em 15% das mortes, motivo fútil em 9% e 6% por envolvimento com drogas. Responsáveis por 3% estão (cada uma) as seguintes motivações: ambição, embriaguez no trânsito e envolvimento com facção criminosa. Esta última condição foi incluída nos levantamentos de vítimas femininas em janeiro deste ano, conforme explica a superintendente do Observatório de Segurança Pública da Sesp-MT, Tatiana Eloá Pilger.
“Temos percebido, nos últimos anos, um aumento do envolvimento de mulheres com organizações criminosas. Como consequência disso, têm sido registradas mortes em função desse envolvimento, algumas vezes por participarem de fato de uma facção e outras vezes por se relacionarem com membros de facção, e acabam também sendo vítimas. Achamos esse fato muito relevante, então a partir de janeiro deste ano, passamos a acompanhar”.
FEMINICÍDIO
Os mesmos dados apontam que nos casos de feminicídio em Mato Grosso a maioria das mortes ocorreram no fim de semana. Sete delas foram assassinadas dentro da própria casa e cinco em via pública. A mais jovem tinha 17 anos, a mais idosa, 75 anos, e a maioria de 30 a 45 anos. Arma branca (facas), outros (qualquer coisa que vier à mão) e força muscular foram os meios utilizados pelos assassinos. Apenas 8% usaram arma de fogo.
Oito das 12 vítimas de feminicídio foram mortas por motivo passional, 3 por rixa e 1 por motivo fútil, conforme as investigações. Em 100% dos casos, os autores do crime foram identificados. Apenas uma das 12 mulheres assassinadas tinha registro de concessão de medida protetiva, enquanto 11 não possuíam, o que representa 83% das vítimas.
Em estudo recente sobre as mulheres vítimas de feminicídio em 2020, das 62 mulheres que perderam a vida nesta modalidade de crime, apenas 10 tinham medida protetiva, enquanto 52 não tinham proteção, seja porque não fizeram boletim de ocorrência ou porque não foram amparadas pelo direito da Justiça.
Além disso, 79% das vítimas não possuíam registros anteriores de violência doméstica, ou seja, nunca tinham feito boletim de ocorrência contra o agressor e apenas 13% tinham registros de ameaça, porte de arma ou vias de fato.(A tribuna)
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