A contratação se deu por meio de pregão presencial; a Única Construtora receberá R$ 961 mil por mês
31 janeiro 2020
A empresa Única Construtora e Incorporado Ltda., ligada à família do ex-prefeito Chico Galindo (PTB), acaba de ser contratada pela Prefeitura de Cuiabá, por R$ 11,5 milhões.
Galindo é acusado de receber propina de R$ 40 milhões para direcionar a licitação dos serviços de saneamento à CAB Ambiental, em 2011 (leia abaixo).
Segundo o contrato, feito por meio da Secretaria de Serviços Urbanos, sob comando de José Stopa, a Única receberá R$ 961 mil por mês para prestar serviços de manutenção e operação do aterro sanitário da Capital. O contrato tem vigência de 12 meses.
O contrato com a empresa, comandada por Francisco Belo Galindo Neto, filho do ex-prefeito, se deu por meio do Pregão Presencial 004/2019, realizado em outubro do ano passado.
Chegaram a participar do certame as empresas Wellox Construtora e Locação de Equipamentos, Empresa Pernambucana de Engenharia e Construção e Excelência Construtora.
Chico Galindo é presidente estadual do PTB, mesmo partido do deputado federal Emanuel Pinheiro Primo, o Emanuelzinho, filho do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Ele assumiu a Prefeitura de Cuiabá em 2010, quando o então prefeito Wilson Santos (PSDB) renunciou para disputar o Governo do Estado.
Acusado de receber propina de R$ 40 milhões
Em 2011, Galindo fez a concessão dos serviços de água de Cuiabá para a empresa CAB Ambiental. Os serviços ruins logo após a concessão geraram revolta na população.
No final de dezembro do ano passado, foi revelado que Galindo é acusado, pelos empresários Dário de Queiroz Galvão Filho e Mário de Queiroz Galvão – donos do Grupo Galvão, que controla a CAB – de receber propina de R$ 40 milhões.
Eles dizem que pagaram o valor para que Galindo direcionasse a licitação.
A informação consta em um inquérito em tramitação na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, instaurado pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), que cita os acordos de colaboração premiada firmados pelos irmãos Galvão na Operação Lava Jato.
Ao todo, três inquéritos apuram se houve pagamento de propina e direcionamento da licitação do serviço de saneamento à CAB Cuiabá quando da gestão de Galindo e, por determinação do juiz Jorge Tadeu Rodrigues, foram apensados para evitar duplicidade nas investigações.
Consta no documento que as investigações tiveram início após registro de uma denúncia anônima, que relatava que o Grupo Galvão teria realizado pagamento de cerca de R$ 100 milhões em propina para garantir que a CAB fosse detentora da concessão.
Em delação premiada, os irmãos Galvão confirmaram a existência de pagamento de propina no valor de R$ 40 milhões ao ex-prefeito.