12/06/2024
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou, nessa quarta-feira (12), que não quer que a discussão sobre a importação de arroz vire “palanque político”. Na terça-feira, o leilão do arroz, que havia arrematado lotes com preço mínimo de R$ 4,98 e máximo de R$ 5 por quilo, foi anulado após questionamentos sobre as empresas participantes.
No FII Priority Summit, encontro internacional no Rio de Janeiro, Carlos Fávaro foi questionado sobre uma articulação no Congresso para a chamada “CPI do Arroz”. Ele disse que está à disposição para dialogar com os parlamentares.
“A CPI é um processo natural do Congresso Nacional. Eu não posso deixar de dizer que sou um senador, sou um parlamentar também, e esta é uma prerrogativa da minoria, a proposição de CPIs. Só não podemos fazer que algo tão importante – que é a alimentação brasileira, a base da alimentação brasileira, que é arroz, feijão – se torne o motivo de palanque político. Eu ficaria muito triste em ver uma tragédia como a do Rio Grande do Sul transformada num palanque político”.
O ministro da Agricultura também disse que o governo federal “não tem compromisso com o erro”, em referência ao cancelamento do leilão do arroz. Ele reforçou que haverá um novo edital, ainda sem data confirmada, com a participação da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Controladoria-Geral da União (CGU).
“Nós não temos compromisso com o erro. Então, a atitude mais sensata, mais equilibrada é cancelar o leilão e preparar medidas para que a gente possa garantir um novo leilão com total tranquilidade. As mudanças serão construídas num novo edital. Vai ter um novo leilão, a Conab vai tomar para si a responsabilidade de cadastrar os vendedores, os possíveis vendedores”.
Segundo o governo, o leilão é uma forma de garantir o produto aos consumidores. Também nesta quarta-feira, a Comissão de Agricultura da Câmara aprovou convites aos ministros Carlos Fávaro, da Agricultura, e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, para prestar esclarecimentos sobre suspeitas de irregularidades no leilão para compra de arroz importado. Após a polêmica, Fávaro anunciou a saída do secretário de Política Agrícola, Neri Geller.
O arremate do arroz importado, após a tragédia no Rio Grande do Sul, aconteceu após um leilão ser suspenso por causa dos altos preços oferecidos por países do Mercosul. O governo anunciou, então, nova data. Na ocasião, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e partidos de oposição, como o Novo, reagiram e acionaram a Justiça.