19 fevereiro 2020
Após ser agredida, com chutes na barriga, levar vários golpes de cassetete na cabeça e ser ainda ameaçada de ser despida e ter que desfilar nua na frente de colegas de trabalho, uma operadora de caixa denunciou policiais da Força Tática de Cuiabá. O caso foi registrado como difamação, ameaça, lesão corporal e constrangimento ilegal depois que os policiais entraram em uma loja de venda de peças de moto, no bairro Parque Cuiabá, procurando produtos supostamente roubados na tarde desta terça (18).
Consta na denúncia que a Força Tática chegou na loja e já foi mandando que todos os funcionários se posicionassem em fila. Em seguida começou a agredir um a um. Como a funcionária é operadora de caixa e fica na parte superior da loja, o policial que estava no comando da guarnição chegou até ela e a abordou com socos e pontapés, a todo momento a questionando onde estavam as peças roubadas e o proprietário da loja.
Como a funcionária disse que não estava entendendo o que estava acontecendo, o policial por sua vez alegava que a mesma sabia de tudo e que queria a qualquer custo que a mesma informasse onde estavam as peças roubadas.
Cada vez que ela respondia que não sabia de nada, levava um tapa no rosto e chutes na barriga e nas costas, além de cassetetes na cabeça a ponto de deixar galos nos lugares.
Quando a operadora de caixa voltou a dizer que não sabia de nada e que o policial não poderia estar agredindo a mesma desse jeito, ele deu outro tapa no rosto dela. Com isso um segundo policial disse que era para a mulher tirar a roupa e que a faria descer as escadas onde os demais funcionários estavam, pelada.
Os policiais pegaram documentos dela e tiraram fotos do RG, pegaram o endereço da casa dela, alegando que estava marcada, e a jogaram no chão. As ameaças continuaram ao longo da ação. Eles a colocaram de joelho e puxaram o cabelo dela, chegando a tirar vários fios e ao longo das agressões alegavam que a mesma estava dificultando o trabalho deles, afirmavam que queriam saber das peças, caso contrário iriam matá-la.
Quando o advogado da empresa chegou ao local, foi impedido de entrar, foi somente neste momento que as agressões pararam.
Os policias a desceram e colocaram todos os funcionários no chão e começou a checar um por um. Foi quando encontrou contra um funcionário um BO em que a ex-esposa teria denunciado por estupro. Crime que do qual o mesmo teria sido inocentado. Mas os policiais começaram a persegui-lo, chamando-o de estuprador. Em seguida, voltaram a atenção novamente para operadora de caixa e a chamou de vagabunda e a chutou, dizendo que todos seriam presos.
O advogado, impedido de entrar, continuou fora da loja. Os militares alegavam que ele estava desrespeitando o serviço policial. Antes de terminar a abordagem, um policial voltou a ameaçar a funcionária. Disse que era para a mesma esquecer de toda agressão, pois a Polícia não ia esquecer dela, pois já sabiam onde a mesma mora e tinham foto do documento dela. Assustados os funcionários fecharam a loja e foram embora
Devido ao medo, a funcionária, no momento, não conseguiu contar ao advogado o que de fato tinha acontecido. Para justificar os ferimentos, disse que tinha caído da escada. Mas ligou para o dono da loja e relatou tudo o que tinha acontecido. Diante da situação, o proprietário mandou que ela registrasse a ocorrência. Ele afirmou ainda que as peças que são vendidas na loja têm documento de compra em São Paulo provenientes de um leilão. O caso será encaminhado para a Polícia Civil. (Rd News)
Outro lado
A reportagem do site entrou em contato com a assessoria da PM, e aguarda um posicionamento.