12 Maio 2022
Goiânia – Em nova repercussão do caso de caminhoneiro que foi humilhado por gerente de uma fazenda ao tentar furtar 20 espigas de milho em Goiás, um homem armado voltou ao local e gravou um vídeo para ameaçar o autor das ofensas contra o motorista de caminhão. O caso ocorreu às margens de uma rodovia que corta o município de Cabeceiras, nordeste de Goiás, a 339 km da capital.
O episódio ganhou repercussão depois de o gerente da Fazenda Bianco, Fernando Rosbach, humilhar o motorista de caminhão e atacar o que ele chamou de “goianada”. Ele publicou o vídeo em suas redes sociais, no último sábado (7/5), mas depois o excluiu porque suas “atitudes preconceituosas” não foram apoiadas pelo próprio patrão dele.
Veja vídeo abaixo:
O homem armado também criticou a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), já que a lavoura não está cercada e, segundo moradores da região, ainda invade uma parte do acostamento, em faixa de domínio público. “Cadê a Goinfra que não vem botar você [Fernando] para fazer cerca nessa merda aqui?”, questionou ele.
O Metrópoles não obteve retorno da assessoria de imprensa da Goinfra até o momento em que publicou este texto, para saber se a lavoura invadiu, ou não, parte do acostamento e quais medidas de fiscalização tem adotado no estado para que empreendimentos não avancem para a faixa de domínio.
“Motorista ladrão”
Em vídeo anterior, o gerente da fazenda gravou a situação no momento em que o caminhoneiro já carregava as espigas de milho nos braços. “Eu vou procurar na internet quem é o dono desta empresa. Aqui o motorista ladrão, roubando meu milho. Parabéns, cara, você acaba de ser notificado como ladrão”, disse o gerente da Fazenda Bianco.
Veja vídeo abaixo:
Em seguida, o caminhoneiro perguntou se poderia deixar as espigas onde estava, mas Fernando ordenou que fossem deixadas na caminhonete. “Põe lá dentro da caminhonete. Vou passar para polícia”, afirmou o gerente.
“Roubando milho”
“Vou mostrar como faz agora essa goianada roubando milho, não tem vergonha na cara, não tem caráter. Se eu for à sua casa, entrar no seu quintal e pegar alguma coisa, sou ladrão ou não sou?”, questionou Fernando. O caminhoneiro, por sua vez, concordou e pediu “desculpa”.
No entanto, o gerente não parou de gravar nem de atacar o caminhoneiro. “Então, não custa nada pedir. Por que tem que pegar?”, perguntou, de novo, Fernando, antes de o caminhoneiro colocar as espigas na parte traseira da caminhonete.