HOSPITAL GERAL DE CUIABÁ E ECCOR INOVAM EM INÉDITA TÉCNICA PARA CIRURGIA CARDIOCASCULAR
Essa técnica começou nos anos 90 nos Estados Unidos e Europa, e já é amplamente utilizada para tratar inúmeras doenças do coração. Porém, no Brasil a técnica não é empregada em todos os estados e serviços, sendo necessário como toda novidade um treinamento intensivo e dedicação da equipe para que o hospital, por exemplo, possa oferecer essa alternativa à cirurgia convencional de forma segura e eficiente.
01 Dezembro 2022
A equipe de cirurgia cardiovascular do Hospital Geral e Maternidade de Cuiabá (ECCOR-HG) realizou na semana passada as inéditas Cirurgias Minimamente Invasivas (MICS).
O cirurgião cardiovascular da Eccor e chefe do programa de residência do HG, Dr. Gibran Roder Feguri explicou que a MICS é um método que oferece a máxima preservação da anatomia, com a mínima agressão ao organismo, e consiste em um enorme aparato de material humano e tecnológico. “É uma grande inovação para o Estado de Mato Grosso, que pode contar com os avanços tecnológicos fantásticos que vem ocorrendo também na cirurgia cardiovascular”.
Essa técnica começou nos anos 90 nos Estados Unidos e Europa, e já é amplamente utilizada para tratar inúmeras doenças do coração. Porém, no Brasil a técnica não é empregada em todos os estados e serviços, sendo necessário como toda novidade um treinamento intensivo e dedicação da equipe para que o hospital, por exemplo, possa oferecer essa alternativa à cirurgia convencional de forma segura e eficiente.
É a cardiologia cumprindo o papel de ser uma das especialidades médicas que mais evoluem em busca de tratamentos inovadores e efetivos no controle e prevenção de doenças, em particular as cardiopatias. Importância amplificada se considerado que as patologias cardiovasculares respondem pela maioria das mortes no planeta, mais até que o câncer, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O Dr. Gibran destaca que essa técnica quando utilizada nas cirurgias cardíacas, traz inúmeros benefícios ao paciente: oferece menos dor, sangramento, menor risco de infecções, além de proporcionar uma recuperação mais rápida, menor tempo de hospitalização (três a cinco dias em média), menor tempo de ventilação mecânica; e pelo pouco sangramento, menor necessidade de transfusões, entre outros. Em apenas duas a três semanas há o retorno pleno às atividades, além da incisão e cicatrizes menores e o menor tempo na UTI.
Nessa abordagem, também assistida por vídeo, a tecnologia está a favor da saúde. A intervenção é feita a partir de incisões torácicas menores (reduz de 20 a 25 cm, nos processos tradicionais, para 5 a 10 cm), com excelentes resultados para os pacientes, como confirmam estudos na área.
O cirurgião cardiovascular ressalta que ainda são os passos iniciais, pois a técnica requer treinamento e instrumentos específicos, porém de forma muito entusiasmada afirma que é um caminho já definido.
“As formas tradicionais de revascularização do miocárdio e trocas valvares podem ter morbidade (efeitos pós-cirúrgicos indesejados) elevados, a depender das condições dos enfermos. Tempo mais demorado para voltar às atividades físicas e à vida normalmente, além da dor e dos desconfortos naturais da cirurgia são exemplos disso. Já a MICS alcança o mesmo resultado, com a principal diferença de preservar o osso esterno, que não é aberto, ou não aberto totalmente. Só com isso, a morbimortalidade dos procedimentos reduz-se drasticamente”, explica o especialista.
Quais procedimentos podem ser feitos pela MICS?
Muitos tipos de procedimentos cardíacos podem ser realizados com a cirurgia cardíaca minimamente invasiva, incluindo:
Ø Reparo ou substituição da valva mitral;
Ø Reparo ou substituição da valva tricúspide;
Ø Substituição da valva aórtica;
Ø Defeito do septo atrial e fechamento do forame oval patente;
Ø Cirurgia para correção de defeito do septo atrioventricular;
Ø Procedimento de labirinto para fibrilação atrial;
Ø Cirurgia de revascularização miocárdica;
Lembrando que a MICS não é uma opção para todos. Mas para aqueles que podem fazer esse tipo de procedimento pelas características anatômicas e estágio da doença. Sendo assim, os benefícios potenciais quando comparados à cirurgia de coração aberto podem incluir, conforme citado:
Ø Menor perda de sangue;
Ø Menor risco de infecção;
Ø Redução do trauma e da dor;
Ø Mobilização precoce;
Ø Redução no tempo de internação em UTI;
Ø Menor tempo de internação hospitalar total, recuperação mais rápida e retorno mais rápido às atividades normais;
Ø Cicatrizes menores e melhor resultado estético.