GOVERNO DO MATO GROSSO

LÍDER DE CAMINHONEIROS DE MATO GROSSO TINHA VÍNCULO COM GENERAL GOLPISTA, DIZ POLÍCIA FEDERAL 

O general era o vínculo do Governo Jair Bolsonaro com os manifestantes golpistas, que estavam acampados em frente a instalações militares no DF

27/11/2024

O então secretário-executivo Presidência da República   na gestão de Jair Bolsonaro (PL), general Mário Fernandes, orientou o líder dos caminhoneiros de Mato Grosso, Lucas Rotilli Durlo, o Lucão, sobre como proceder nas manifestações antidemocráticas no Distrito Federal após as eleições presidências de 2022. As informações constam no relatório da Polícia Federal.

O general era o vínculo do Governo  Jair Bolsonaro com os manifestantes golpistas, que estavam acampados em frente a instalações militares pedindo uma ruptura institucional. Eles contestavam o resultado das urnas e a vitória de Lula (PT), pedindo intervenção militar para impedir a posse do petista.

Com base em diálogos interceptados do dia 28 de novembro de 2022, consta que o general Mário Fernandes  enviou foto a Lucão, batendo continência para uma “patriota”. No dia seguinte, ele enviou dois áudios dandos instruções de como deveria ser a manifestação em Brasília, pedindo para que Lucão mantivesse o “controle do ato”.

No dia 8 de dezembro de 2022, Lucão questionou o general se haveria legalidade em uma suposta decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinava busca e apreensão contra caminhões que estariam no QG do Exército em Brasília. Ele alega que os caminhoneiros estariam desesperados e pedia ajuda de Mario para impedir o cumprimento da medida em área militar.

Segundo a PF, diante do alerta dado por Lucão, o general então deu início na sua cruzada em busca de respostas e possível apoio. Ele contatou o coronel e ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e pediu que o presidente intervisse para o impendimento da retirada dos manifestantes e ajudasse no descuprimento da ordem judicial.

“Se o presidente pudesse dar um input ali pro Minitério da Justiça pra segurar a PF, né. Ou, porra, pra defesa alertar o CMP94 ‘Porra, não deixa’. Pô, os caminhões estão dentro de área militar”, disse o general entre troca de mensagens com Mauro Cid, que se comprometeu em acionar Bolsonaro.

Alisson Matos

Acampamento DF golpistas

Então, Mário Fernandes enviou áudio ao general Braga Neto (PL) para que ele contatasse Bolsonaro  e em seguida, o ministro da Justiça, Anderson Torres, com a finalidade de “segurar a PF”. Outros militares também foram procurados pelo general.

O temor dos manifestantes era de que os veículos fossem apreendidos. Em dado momento, Lucão afirma que muitos manifestantes de Mato Grosso tentariam seguir por uma “rota de fuga”, para sair de Brasília em “segurança”, ou seja, sem se encontrar com Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Ainda conforme o relatório da PF, os manifestantes ficaram confiantes a persistirem nas ações no DF a partir do discurso de Bolsonaro, no dia 9 de dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada, em recado para seus apoiadores.

Segundo a PF, Mário Fernandes teria atuado no planejamento, coordenação e execução de atos antidemocráticos, inclusive com registros de frequência ao acampamento montado nas adjacências do QG-Ex e, ainda, de relação direta com manifestantes radicais que atuaram no período pós-eleições de 2022.(RD News)

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