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Reestreia de Cristiano Ronaldo agita Manchester e tem ingresso a R$ 7 mil

Os ingressos são oferecidos no mercado paralelo e ilegal por até 1.000 libras (cerca de R$ 7 mil)

10 setembro 2021

Em sua última partida pela Premier League, o Manchester United derrotou o Wolverhampton Wanderers por 1 a 0, fora de casa, no último dia 28. Mas o motivo maior de alegria dos torcedores sequer estava em campo.

 Um Cristiano Ronaldo de papelão em tamanho natural passava de mão em mão pela arquibancada visitante.

O clube havia anunciado o retorno do filho pródigo menos de 24 horas antes. Doze anos após ter deixado o time pelo qual havia sido eleito pela primeira vez melhor do mundo e conquistado o título europeu (ambos em 2008), Ronaldo, 36, está de volta. Sua estreia será neste sábado (11), quando o United recebe o Newcastle, em Old Trafford, às 11h de Brasília.

A contratação do português três vezes campeão inglês, vencedor da Copa da Inglaterra, da Copa da Liga, da Champions League e do Mundial de Clubes em sua primeira passagem pela equipe (entre 2003 e 2009) energizou a torcida do Manchester United como não acontecia desde o último título da liga, em 2013.

Também despertou uma febre no futebol nacional antes da estreia do atacante naquele que pode ser, talvez, o último clube de sua carreira. Ele assinou contrato por duas temporadas com opção por mais uma.

O horário da partida gerou crise entre emissoras de TV, liga e torcedores. Por lei, é proibida a transmissão de jogos de futebol no Reino Unido no sábado, às 15 horas (horário local). Isso significa que, entre os moradores da Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte, quem não estiver em Old Trafford, não verá a estreia de Ronaldo ao vivo.

A BBC, dona dos direitos de transmissão pelo rádio, prevê audiência recorde. O mesmo para o tradicional Match of the Day, programa de televisão noturno de final de semana que mostra os melhores momentos de todos os confrontos da rodada.

No Brasil, a partida será exibida apenas pelo canal Star Plus, recém-lançado pela Disney. Para vê-lo, é preciso pagar uma assinatura de R$ 32,90 mensais. O conglomerado americano também é dono da ESPN, que costuma mostrar o Campeonato Inglês.

Os ingressos são oferecidos no mercado paralelo e ilegal por até 1.000 libras (cerca de R$ 7 mil). O preço normal para a arquibancada está em torno de 45 libras (R$ 315).

Nas primeiras 12 horas após a divulgação de que Ronaldo voltaria a usar o número 7 (o mesmo de sua primeira passagem), a Adidas vendeu 32,5 milhões de libras em camisas (R$ 227,5 milhões). A empresa é a fornecedora de material esportivo do United. O clube fica com 10% do valor, o que significa ter faturado 3,25 milhões de libras (R$ 22,75 milhões).

Na metade de um dia, a agremiação recuperou 20% das 16 milhões de libras investidas para comprá-lo da Juventus (ITA).

A dúvida é se Cristiano Ronaldo, antes ponta e agora centroavante finalizador, pode ser a peça que faltava para o Manchester United dominar de novo o cenário nacional. Nas últimas quatro temporadas, seus maiores rivais foram campeões da Premier League: o Manchester City três vezes (2018, 2019 e 2021) e o Liverpool, uma (2020).

É um desafio também para o jogador. Ele volta para o clube em que é idolatrado. Teve seu nome cantado mesmo quando atuou em Old Trafford com as camisas de Real Madrid e Juventus. Mas precisa provar que ainda pode ser produtivo e no campeonato nacional mais veloz e competitivo do planeta.

Ronaldo, de certa forma, trilha mais uma vez caminho paralelo ao de Lionel Messi, seu eterno rival por títulos e prêmios de melhor do mundo. O argentino tem seis, um a mais que o português.

Messi saiu do único clube que conheceu como profissional, o Barcelona, contra a sua vontade, e assinou com o Paris Saint-Germain aos 34 anos.

Cristiano Ronaldo teve três temporadas na Juventus após deixar o Real Madrid. Venceu duas vezes a Série A italiana, mas não conseguiu levar o time ao objetivo máximo: a Champions League. A volta a Manchester, em sentido inverso ao de Messi, é, como ele mesmo disse, estar novamente em casa.

Assim como o argentino, o português trocou de equipe um ano antes daquela que deverá ser a última Copa do Mundo de sua carreira. E ainda com sonhos de grandeza, títulos e, quem sabe, mais uma conquista de melhor da temporada.

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